07/01/2007

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Também eu gostava de ser mais que os cinco sentidos. Mais que o quinto elemento, que as formas complexas de fogo, água, ar ou terra. Mais que o eterno dogma sobre uma alma a flutuar entre a memória viva e o esmorecer dos teus dias, para lá dos meus sinais vitais. Eis aí o recuar dos passos, das vagas de frio que nos matam por fora, do calor que nos acolhe e que nos impele para o fogo de dentro. Eis o ciclo de um lugar que é sempre o imprevisto por que esperámos, o quoficiente de paz para o qual não fomos feitos, o rasurar rápido de uma semana, que é hoje o espaço mais que suficiente para sabermos se aceitamos ou não o nosso destino.
Como se eu acreditasse em destinos. Nem sequer na predisposição com que os dados são lançados, mas, ainda assim, delineando linhas que esperamos poder seguir conforme os sonhos. E esses… bem, esses serão sempre sonhos. O motor por excelência da inconformidade dos jovens e da decepção inteligente dos velhos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Eis um texto que me faz ecoar poemas de “corvo”.
Olá Bi.
“…para lá dos meus sinais vitais” – adoro a percepção desta sinapse mental!
Ora, eu serei uma espécie de Turbo D de injecção directa, nesse motor de excelência, visto ter a inconformidade de um jovem e a decepção da inteligência de um velho.
Antes mesmo da aceitação de um qualquer destino, eu relembro a necessidade de apaziguar a alma à própria auto-confrontação.
Parabéns Bi, por representares assim quem és.

maria. disse...

e hoje eu tive certeza
que a gente ama
que a gente se completa
que a gente é perfeito
juntos
que a vida é nossa
que eu não queria mais ninguém

e hoje eu tive - mais uma vez - certeza de tudo o eu queria pra mim...
e hoje eu mandei ele embora
com meus olhos cheios de lágrimas
eu disse
que não ia ve-lo nunca mais.
e não vou.
porque eu não posso.


dói.

Beatriz disse...

Eu também maria.
Eu também.

borrowingme disse...

parece cruel, mas há destino
e já o está decidido para cada um de nós...
bjs