28/11/2007

Cartas de Coimbra II


Esta música custa-me como se te contassem a tua própria vida de trás para a frente. O redor de muitos medos que não costumavas ter porque eras livre para te renderes no mundo sem olhares para trás. Para abraçares os feitiços de todos os homens e de todas as mulheres também. E agora é só o que tens. A tua vida encaixotada na dispensa das vidas, cantada aos ouvidos para que não esqueças que pelo menos tentaste e até acreditaste que podias ser feliz assim. Não fosse o medo...

E esta música custa-me como nos custam os primeiros fins. Custa-me como nos custam as primeiras distâncias, as primeiras certezas, os primeiros impasses. Como te custam as músicas que falam do que ficou por dizer, mas que sentiste em todos os centímetros de ti. Em todos os lugares em que paraste e desejaste ter tido alguém para os partilhares e te partilhares a ti, assim, naturalmente. Agora, peço apenas que oiças. E que me oiças a mim também.

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