22/05/2008

Cartas de Lisboa I

Gabriel - Lamb

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Tens-me como um mundo onde a felicidade não tem contornos, uma quinta dimensão em alternativa a tudo o resto. Qualquer coisa certa na tua vida. Demasiado certa. Mas depois preciso que me deixes entrar no Teu Mundo e quando o fazes, Ele engole-me e tu não reparas em quase nada. Com honestidade, meu amor, e sem paz podre, deixa-me que te corrija: para ti não sou Beatriz, sou a tua namorada. Para ti, espero se entender esperar, mas não te habitues. Para ti, amor, eu vou tendo limites e depois disto, esforça-te mais porque as minhas alternativas hoje são muitas. Para ti, amor, tenho muito mau feitio e estou bem assim.
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Tudo isto para te dizer que podiámos ser tudo, mas primeiro teríamos de falar. Tudo isto para te pedir que espalhes ao vento que me amas. Que respires o meu nome. Que me digas se algum dia vais conseguir tornar tudo isto qualquer coisa que não uma paixão de fim de semana. Se algum dia me vais dar uma flor que seja. Escrever um poema sem rima, o desespero de um acto romântico; a falácia que é jurar a eternidade de coisa nenhuma, só para que a nossa vida não se esgote de magia – da verdadeira magia, daquela que ninguém domina.
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Tudo isto, amor. Tudo isto para te pedir um sinal todos os dias. Tudo isto para que as coisas sejam fáceis. Tudo isto para que as diferenças... tudo isto para que as diferenças, o tempo, a chuva, a distância e os amigos, o frio, a música, os projectos, as minhas e as nossas crenças, o teu vagar...Tudo isto para que nada nos afaste, com a simplicidade de um estalar de dedos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Porque não tenho palavras para descrever o quanto me identifico com o teu blog...

Porque não tenho realmente nada a dizer a não ser que... è uma delícia ler o que escreves. Parabéns.*

V. disse...

:) e tudo isto para dizer tanto... a minha admiração por ti (literaturas à parte) cresce a cada dia! força nisso! *

Anónimo disse...

A música do meu primeiro (primeiro de primeiro mesmo e primeiro com o amor) encontro! :D Agora fiquei nostálgica... :') Obrigada. *

P.S. Nunca ninguém disse que amar era fácil.