

E há os eles da minha vida. E exististe tu. E eu existo e não entendo os contornos disto. Consumida nas pequenas misérias a que chamei vitórias. Segura num mundo movediço com sabor a vinho branco. Lamento, mas isso de nada me serve, porque o amor bateu a porta e eu abri a porta errada. Os homens continuam a desapontar-me pelo reflexo que vejo de mim própria. A promessa intempestiva de que tudo tem um prazo e de que tudo trás mágoa. E o charme cego de tudo aquilo que trás horas contadas.
Hoje de manhã, acordei de corpo tombado à cabeceira da cama, de maquilhagem rasgada na palma das mãos. O orgulho tem razões que a própria razão desconhece. E um dia, inevitavelmente, vou ficar indiferente ao tudo que se passa, ao tudo que se rouba no pedaço de chão entre dois bares. Vamos dar por nós destilados de raiva e de paixão, encostados à porta de serviço, a ignorar o cubo de gelo que seguramos na boca.