De alguma maneira, sei que já aqui estive. Este limbo, já sem piada nenhuma, que me mantém suspensa nas retóricas dos meus 15 anos. Eu tinha medo de ser sozinha e secretamente sabia que ia ser assim. A sábia paciência de encontrar o quanto O quero, no tanto que preciso dEle. Os baldes de água fria, a escorregarem-nos pelas costas hirtas, pela boca entreaberta de susto, pelos punhos inertes e fechados.
Depois dos 20, o pai passou a dizer-me que não devia voltar nunca mais aos sítios onde fui feliz. E eu... eu entretinha-me a esmiuçar a vida, a conta-la pelos dedos das mãos, e percebia, enfim, que não devia voltar nunca mais aos homens que me fizeram feliz. E eu dizia: não, pai, deixa-me ir, deixa-me cuidar deste meu mundo cão, destes homens repetidos que me trocam o coração por um maço de tabaco, que atravessam o oceano esquecidos de mim, que me conquistam os sonhos por tuta e meia. E assim me fazia mulher, pensava. Assim me esquecia da minha pequenez e brincava com o fogo, tal bonecas: nome, idade, passado e destino. De repente, são de novo 5h da manhã e eu sou de novo eu, aterrada de medo, dobrada sobre falsas memórias que nunca foram nossas. Tão certo como uso os dias para dormir e as noites para chorar. Mas por favor, não digas a ninguém.
Depois dos 20, o pai passou a dizer-me que não devia voltar nunca mais aos sítios onde fui feliz. E eu... eu entretinha-me a esmiuçar a vida, a conta-la pelos dedos das mãos, e percebia, enfim, que não devia voltar nunca mais aos homens que me fizeram feliz. E eu dizia: não, pai, deixa-me ir, deixa-me cuidar deste meu mundo cão, destes homens repetidos que me trocam o coração por um maço de tabaco, que atravessam o oceano esquecidos de mim, que me conquistam os sonhos por tuta e meia. E assim me fazia mulher, pensava. Assim me esquecia da minha pequenez e brincava com o fogo, tal bonecas: nome, idade, passado e destino. De repente, são de novo 5h da manhã e eu sou de novo eu, aterrada de medo, dobrada sobre falsas memórias que nunca foram nossas. Tão certo como uso os dias para dormir e as noites para chorar. Mas por favor, não digas a ninguém.
1 comentário:
Mesmo que o dissesse, ninguém entenderia o meu crocitar.
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