Tornaste-te finalmente uma memória com rosto e agora escrevo-te quase sem culpa. Matamos o nosso amor por falta de tudo ou ele morreu naturalmente de velho. E ainda assim, amar-te foi o único lugar do mundo onde tive paz e, quiça, o último. Mas eu não te amo mais, nem nós nos amamos mais, e eu estou partida, estou feita em cacos, minada pelas dúvidas, o alcool, a falta de amor próprio, o desejo.
Sou hoje tudo o que está errado no mundo, nos homens que se arrependem de mim, das mulheres que se arrependem do amor. Quero tudo agora, num estalar de dedos, sem me ter sequer a mim própria. Usei e fui usada. Fingi sem jeito e, mesmo sem lágrimas, deixei que me vissem chorar, fugir e esconder. Por mais que corra, as memórias virão atrás e eu nunca vou deixar de ter 16 anos e de sentir a distância nos olhos dos outros.
3 comentários:
Oi Beatriz!!
Este texto é de tua autoria?
Simples, mas cortante, verdadeiro, vi tua alma nele, muito bom!!!!
Oi, hoje passei no meu blog e dei um olhinho no teu. Apeteceu-me dizer isto: boa sorte!
...e eu que sempre me julguei morto!
Coincidência?!
Essa tua persistente idade... sim, essa tal que repetes só para que não esqueças o mau feitio dos motivos, é na realidade o mais belo e abstracto acrónimo na metáfora do meu sorriso.
Nunca to soube explicar.
Não importa.
Há risos que se insinuam choros e haverá com certeza um oceano ideal para cada lágrima desentendida.
E eu que...
Bi
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